Quero o direito de ser nega, neguinha, negona, pretinha,... como sempre fui...
Bla Bla Bla!!!... Muitas discussões... Mas poucas são as atitudes. Quando falo de atitude, não é de ficar brigando em tribunal porque alguém praticou bullying, chamando outrém de neguinho, ou macaco, não. Isso pode até render uns "cascalhos", mas não rende nada para a dignidade, seja de quem for o ofendido, sabendo que o racismo está, muitas vezes embutido em "pequenos benefícios legais".
A lei anti racismo não muda a cor da minha pele, mas também não me faz mais ou menos digna de minha negritude. Antes, é minha atitude frente a sociedade que me faz a mais honrada ou a mais digna negra... Porém sempre serei negra, ou preta, pouco me importa a diferença ou o adjetivo.
Sou uma ativista em defesa dos direitos dos negros, como também sou dos brancos, dos amarelos (asiáticos), dos índios, como de quaisquer seres humanos, porque não é a cor da pele em si o que interessa, mas a pessoa em um todo.
Sempre fui nega lá em casa, e agora a lei diz que se alguém me chamar pelo apelidinho carinhoso que sempre gostei de ser chamada, é crime.
Nunca me ofendi se alguém, em sua santa burrice (coitados dos burros, animais) me chamasse de negra ou macaca. Primeiro porque macaco é, como qualquer outro animal, uma criatura da criação divina, e sendo assim, não é inferior ou superior a nenhum outro animal. Segundo, dizem que Darwin (cientista) alegou em suas teses, que o ser humano é uma espécie de evolução do macaco,... Aí outro dia meu filho me perguntou: "Se é verdade que o homem é evolução do macaco, mãe, como diz a teoria evolucionista, por que ainda existem macacos? Era pra existir só os seres humanos..."
E eu respondi laconicamente ao meu rebento de 14 anos (meu fiotinho): "Alguns macacos foram mais inteligentes e preferiram não evoluir"... Pelo menos assim, não se veriam obrigados a ouvir outros evoluídos tentando ofender sua espécie originária..." Entre os não evoluídos não existe isso,... macaco é macaco, ama a macaca, tem filhotes macaquinhos, e só brigam quando o negócio envolve domínio de território... Creio que isso é coisa de algum homem que involuiu e levou pros macacos esse comportamento de possessividade.
Voltando ao tema desse pensamento, quero aqui deixar claro (EU SOU NEGRA, minha tataravó paterna foi escrava trazida criança para o Brasil, aqui teve filhos, netos, bisnetos,... essas coisas que negros sabem fazer muito bem, já que dizem que negro é bom em sexo e, realmente precisava ser, pois engravidar suas amadas para produzirem mais escravinhos, procriar para alimentar a escrevidão com novos escravos nascidos, tinha-se que ter uma ereção muito boa mesmo e ser bastante capaz de dar conta do recado).
Minha mãe é uma mistura de branco, negro e índio (uma miscelânea etno racial) que deu origem a ela, e da união dela com o negão João Rita nasci eu, essa neguinha que muito queria ter a pele mais escura, e o cabelo mais sarará, os lábios mais grossos e o traseiro maior (nega bunduda, esteticamente falando, é uma coisa muito linda, ainda mais nos dias atuais em que a bunda fala mais e faz mais sucesso que uma boca comandada por um cérebro inteligente).
Enfim, eu sou negra, meus filhos são negros, no sentido pleno da palavra, amo minhas origens, todas elas que se uniram para me formar (negra, que prevaleceu, branca e indígena)...
Mas Zumbi não foi martir negro à toa, não é, negada? Não houve tantas lutas e enfrentamentos e conquistas políticas, legais, culturais, sociais e econômicas à toa, não é pessoal da cor?!!!
Sejamos como o nome desse grupo de pagode diz: "Só preto, sem preconceito!" Esqueçamos essa balela de fingir que o preconceito mora lá na esquina, ou não está dentro de nós, afinal, durante muito tempo, no gênesis de nossa formação para a vida, aprendemos de modo ideológico que negro só se destaca como pagodeiro ou jogador de futebol (o que se distoa disso, é chefe do morro); que português e loira são burros; que japonês tem bilau pequeno; que turco gosta de dinheiro e não mede esforços para possui-lo; que baiano é preguiçoso; que homem escritor (ou artista em geral) é viado; que sogra é boa morta; que mulheres mais agressivas sexualmente são piranha; que mulher não serve para pilotar veículos automotivos (muito menos para dirigir um país), mas sim, o fogão;... tudo isso são preconceitos, e que se perpetuam de pai pra filho, nem sempre de modo racional, mas intrinsicamente através de gestos, piadas, falas que escapolem, atitudes impensadas, ...
Quando todos se admitirem preconceituosos em algum setor de sua vida, e começarem a mudança dentro de si, primeiro, haverá possibilidades de se eliminar o preconceito, o racismo.
Por enquanto e sempre, me dou o direito de ser chamada neguinha, negona, pretinha, chedadinha na cor... etc... eu amo minha negritude, e quem pensa que me ofende tentando focar nesse aspecto de minha existencialidade, perde tempo... As pessoas (digo isso de um modo geral) estão muito preocupadas com o exterior, quando o importante é a essência dos seres,... mas lembrem-se, " eu não sou negra com alma branca", minha essência é mais negra que eu (crioulinha que só, totalmente retinta)...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 10/05/2012
Bla Bla Bla!!!... Muitas discussões... Mas poucas são as atitudes. Quando falo de atitude, não é de ficar brigando em tribunal porque alguém praticou bullying, chamando outrém de neguinho, ou macaco, não. Isso pode até render uns "cascalhos", mas não rende nada para a dignidade, seja de quem for o ofendido, sabendo que o racismo está, muitas vezes embutido em "pequenos benefícios legais".
A lei anti racismo não muda a cor da minha pele, mas também não me faz mais ou menos digna de minha negritude. Antes, é minha atitude frente a sociedade que me faz a mais honrada ou a mais digna negra... Porém sempre serei negra, ou preta, pouco me importa a diferença ou o adjetivo.
Sou uma ativista em defesa dos direitos dos negros, como também sou dos brancos, dos amarelos (asiáticos), dos índios, como de quaisquer seres humanos, porque não é a cor da pele em si o que interessa, mas a pessoa em um todo.
Sempre fui nega lá em casa, e agora a lei diz que se alguém me chamar pelo apelidinho carinhoso que sempre gostei de ser chamada, é crime.
Nunca me ofendi se alguém, em sua santa burrice (coitados dos burros, animais) me chamasse de negra ou macaca. Primeiro porque macaco é, como qualquer outro animal, uma criatura da criação divina, e sendo assim, não é inferior ou superior a nenhum outro animal. Segundo, dizem que Darwin (cientista) alegou em suas teses, que o ser humano é uma espécie de evolução do macaco,... Aí outro dia meu filho me perguntou: "Se é verdade que o homem é evolução do macaco, mãe, como diz a teoria evolucionista, por que ainda existem macacos? Era pra existir só os seres humanos..."
E eu respondi laconicamente ao meu rebento de 14 anos (meu fiotinho): "Alguns macacos foram mais inteligentes e preferiram não evoluir"... Pelo menos assim, não se veriam obrigados a ouvir outros evoluídos tentando ofender sua espécie originária..." Entre os não evoluídos não existe isso,... macaco é macaco, ama a macaca, tem filhotes macaquinhos, e só brigam quando o negócio envolve domínio de território... Creio que isso é coisa de algum homem que involuiu e levou pros macacos esse comportamento de possessividade.
Voltando ao tema desse pensamento, quero aqui deixar claro (EU SOU NEGRA, minha tataravó paterna foi escrava trazida criança para o Brasil, aqui teve filhos, netos, bisnetos,... essas coisas que negros sabem fazer muito bem, já que dizem que negro é bom em sexo e, realmente precisava ser, pois engravidar suas amadas para produzirem mais escravinhos, procriar para alimentar a escrevidão com novos escravos nascidos, tinha-se que ter uma ereção muito boa mesmo e ser bastante capaz de dar conta do recado).
Minha mãe é uma mistura de branco, negro e índio (uma miscelânea etno racial) que deu origem a ela, e da união dela com o negão João Rita nasci eu, essa neguinha que muito queria ter a pele mais escura, e o cabelo mais sarará, os lábios mais grossos e o traseiro maior (nega bunduda, esteticamente falando, é uma coisa muito linda, ainda mais nos dias atuais em que a bunda fala mais e faz mais sucesso que uma boca comandada por um cérebro inteligente).
Enfim, eu sou negra, meus filhos são negros, no sentido pleno da palavra, amo minhas origens, todas elas que se uniram para me formar (negra, que prevaleceu, branca e indígena)...
Mas Zumbi não foi martir negro à toa, não é, negada? Não houve tantas lutas e enfrentamentos e conquistas políticas, legais, culturais, sociais e econômicas à toa, não é pessoal da cor?!!!
Sejamos como o nome desse grupo de pagode diz: "Só preto, sem preconceito!" Esqueçamos essa balela de fingir que o preconceito mora lá na esquina, ou não está dentro de nós, afinal, durante muito tempo, no gênesis de nossa formação para a vida, aprendemos de modo ideológico que negro só se destaca como pagodeiro ou jogador de futebol (o que se distoa disso, é chefe do morro); que português e loira são burros; que japonês tem bilau pequeno; que turco gosta de dinheiro e não mede esforços para possui-lo; que baiano é preguiçoso; que homem escritor (ou artista em geral) é viado; que sogra é boa morta; que mulheres mais agressivas sexualmente são piranha; que mulher não serve para pilotar veículos automotivos (muito menos para dirigir um país), mas sim, o fogão;... tudo isso são preconceitos, e que se perpetuam de pai pra filho, nem sempre de modo racional, mas intrinsicamente através de gestos, piadas, falas que escapolem, atitudes impensadas, ...
Quando todos se admitirem preconceituosos em algum setor de sua vida, e começarem a mudança dentro de si, primeiro, haverá possibilidades de se eliminar o preconceito, o racismo.
Por enquanto e sempre, me dou o direito de ser chamada neguinha, negona, pretinha, chedadinha na cor... etc... eu amo minha negritude, e quem pensa que me ofende tentando focar nesse aspecto de minha existencialidade, perde tempo... As pessoas (digo isso de um modo geral) estão muito preocupadas com o exterior, quando o importante é a essência dos seres,... mas lembrem-se, " eu não sou negra com alma branca", minha essência é mais negra que eu (crioulinha que só, totalmente retinta)...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 10/05/2012