Quem sou eu?
Todos dizem que sonham comigo, mas poucos realmente fazem algo para que eu me torne parte da realidade. Sou como um espírito, pelo qual todos clamam, dizendo que, sem mim, a vida seria impossível. Por que, então, não tornam possível que eu me concretize e deixe de ser uma utopia, algo com que sonham tão desesperadamente, mas que pouco se esforçam para alcançar, por causa de seu egoismo, ambição e desejos insanos de poder? Por que não se dedicam a amar e a conquistar os outros pela persuasão em vez de tentar se impor pela força? Deveriam respeitar os direitos dos outros em vez de passar por cima deles, valendo-se do fato de terem meios de lhes diminuir a resistência. Oh, eu não entendo os seres humanos. Eles dizem tanto que me querem, mas tudo fazem para ter exatamente o contrário. Matam, espancam, querem impor sua vontade a todo custo, não pensam nas consequências de seus atos e se digladiam na busca de seus objetivos, pouco se importando com o sofrimento que possam causar. Têm preconceitos, pensam que tolices como cor da pele, religião e classe social são confiáveis para estabelecer critérios de valor e se valem disso para discriminar e atacar os outros seres humanos. Às vezes, eu passo perto dos templos religiosos e ouço gente rezando, pedindo para que eu entre em suas vidas. Mas é preciso mais do que rezar para que eu seja presente em suas vidas. É necessário que as pessoas sejam mais compreensivas, menos egocêntricas, preconceituosas e estejam dispostas a conviver com as outras em situação de igualdade, nunca querendo se sobrepor ou dominar. Digo isso porque eu sei que, sem mim, não há chance de uma vida plena. Desejo que as pessoas sejam realmente felizes e me sintam dentro delas e na convivência com as demais porque, eu sou a paz.