A luta...
Coloco as luvas e vou para o ringue.
Como se soubesse que tenho que sempre estar lá, mesmo não querendo ou mesmo tendo gana.
Ganhando ou perdendo, eu sempre vou ter que estar lá.
Cada golpe é como se passasse um filme em minha mente.
Como se me visse entre meus gritos e meus desesperos.
A cada degrau, é como se soubesse que estou a um palmo do chão que me absorve.
Mas, qual é o maior adversário, a minha mente ou os que fazem parte dela?
Será que o maior adversário são aqueles contra quem lutamos no dia-a-dia, ou aqueles de uma noite em um ringue?
Mesmo sem conhecer o adversário, eu luto. E bato forte, não deixo por menos.
Não deixo o cansaço me deter; não deixo a gana me iludir.
Eu fecho os olhos, cerro os punhos e vou pra cima.
A cada golpe no ar, é como se meus sonhos se revitalizassem;
É como se meus medos se esvaíssem;
É como se as vitórias estivessem sempre mais próximas.
E, de fato, estão. Quando se luta por algo, se vence, de uma forma ou outra.
Renato F. Marques