DIVAGAÇÕES

DIVAGAÇÕES

As vezes quando escrevo

Nos outros me vejo

Tento imaginar o que faria

Se o outro fosse algum dia

Analiso as reações

O destempero das emoções

A frieza impassível

Tudo que é possível

São tantas as possibilidades

Tantas as verdades

Que a mentira talvez não exista

É apenas mais um ponto de vista

E então desisto

De ser o outro não insisto

Já bastam os meus problemas

Mas tergiverso em ir para outro tema

O universo de cada pensante

É tão enigmático e errante

Que é melhor resumir-me ao eu

E deixar pra lá o que mão é meu

Mas é difícil esse procedimento

Afinal escrever é descrever sentimentos

Próprios ou alheios

É sonhar é devaneio

Resolvo relatar minhas verdades

Que a outros podem ser inverdades

Ao menos não me arrependo

Nem a verdade alheia me rendo

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/05/2012
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