DIVAGAÇÕES
DIVAGAÇÕES
As vezes quando escrevo
Nos outros me vejo
Tento imaginar o que faria
Se o outro fosse algum dia
Analiso as reações
O destempero das emoções
A frieza impassível
Tudo que é possível
São tantas as possibilidades
Tantas as verdades
Que a mentira talvez não exista
É apenas mais um ponto de vista
E então desisto
De ser o outro não insisto
Já bastam os meus problemas
Mas tergiverso em ir para outro tema
O universo de cada pensante
É tão enigmático e errante
Que é melhor resumir-me ao eu
E deixar pra lá o que mão é meu
Mas é difícil esse procedimento
Afinal escrever é descrever sentimentos
Próprios ou alheios
É sonhar é devaneio
Resolvo relatar minhas verdades
Que a outros podem ser inverdades
Ao menos não me arrependo
Nem a verdade alheia me rendo