Sabe quando ...
Sabe quando sentamos na frente do mar e observamos a grandeza deste tamanho que no cerca?
Quando nos referimos ao tamanho, comparando ao que nos absorve?
Às vezes vejo minha mente como um ponto cego que eu pouco compreendo, mas logo surgem comparações com o universo em que vivo.
Será que em todas as mentes existem pontos cegos de pouca compreensão?
Será que em outros pontos, há tantos pontos de vazio, quanto em meu coração?
Sim, há pontos cegos em todos os cantos em que olho;
Há solidão em todas as partes que busco encontrar.
Não passa de uma condição humana, de um descuido irracional a que nos submetemos.
Por que não podemos simplesmente nos entregarmos àquilo que sentimos, quando nos faz bem?
É sempre esse mal estar o que me domina, e domina a todos os outros.
É sempre essa liturgia que nos leva ao nosso ponto cego; à nossa solidão; ao nosso tédio; à nossa incompreensão.
Renato F. Marques