A três

E cá estou eu, eu que tanto sonhara, cá estou eu com tanto medo, como se nunca pensara. E lá estávamos nós, com tantos planos, palestras, especialista, lá estamos nós com nossa mala de dois meses. Até ela perceberia em nossos olhos temerosos, e o dobrado daquele enxoval. Aos passos menos acelerados que o coração, mas mais rápido que o monótono relógio de ponteiro avistamos pela ensolarada porta os anjos ao relento do vento daquele momentâneo e frio berço de madeira. Minuto a minuto as contrações aumentavam e na mistura de sentimentos, lá estávamos nós, você sorridente de nervosa, com toda graciosidade de um olhar temeroso, como daquela sexta que bateu o carro pela primeira vez. Tão nervosa, e eu, eu só conseguia admirar sua força por trás dá frágil menina que por mais difíceis que fossem as situações da vida, você continuava ali, sempre daquele mesmo jeito, daquele mesmo primeiro dia em que criei coragem para dizer o primeiro ‘’oi’’. O simples começo, com um belo e misterioso caminho.

Segurando a sua mão, ali ficamos, olhando nos olhos um do outro, ouvindo as explicações técnicas como se os segundos não passassem, com o suor ansioso nas mãos e sorrisos frios, ali ficamos e por alguns instantes. Por um segundo inverti os papeis em minha vida, eu que sempre desejei teu sorriso, desejava que um único choro ecoasse por dentre nossos corações, e por pouco mais de três suspiros, nossa vida mudou, sorrisos mudaram. Enfim, ela está nos nossos braços.

Bettanin
Enviado por Bettanin em 04/05/2012
Código do texto: T3649132
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