Eu sou um idiota.

Nos tempos de hoje, nós nos denominamos, passamos tempos e tempos nos julgando, procurando o errado em algo que não passa em nossa cabeça que pode estar certo. Por isso que em uma de minhas reflexões solitárias, pensei; Sou um idiota, da classe mais original dos idiotas, um idiota sem precedentes. Conclusão tal, momentaneamente espantosa, digna de alguns sussurros e indagações, mas calma, não se apresse.

Procurei a definição de idiota no dicionário, um dicionário comum destes que não se usam mais, esquecidos e trocados pelo mestre de 6 letras. Pois bem, tive uma resposta parecida com essa: "idiota (i-di-o-ta) adj. e s. m. e s. f. Diz-se de, ou indivíduo estúpido, falto de inteligência, de bom senso."

Então não tive dúvidas de minha convicção, realmente eu estava ali, um idiota genuíno, de mão cheia.

Em pouco tempo de vida, aproximadamente dezoito anos e alguns dias, pude apreender algumas coisas, que eu chamo de experiencia, apreendi que a mesma palavra pode ter diferentes significados e interpretações e graças a isso, constatei que me tornará um idiota.

Sou um indivíduo estúpido, não gosto da sociedade, não gosto das pessoas, sinceramente, não há espanto, apenas não gosto. A sociedade em que vivemos é triste e hipócrita, temos um sistema que ergue a bandeira de certa democracia, e o sonho de todos os pais é ver seus filhos formados trabalhando das 9 as 6, com uma casa alugada, com sorte comprada, trabalhando 3 meses por ano para pagar impostos. Não consigo chamar isso de democracia, como todos os outros o fazem. por isso me torno estúpido.

Minha inteligência é limitada, visto que, não concordo com os sistemas de vestibulares, que me obrigam a explicar a reação do co2 com o gás oxigênio, ou não ter maestria na hora de falar da vida reprodutiva das famosas e importantes angiospermas. Minha inteligência não é aflorada,

não sirvo para ser um bom representante para meu pais. Apenas servem aqueles que mataram não importando o motivo, pessoas que lutaram por seus ideais. Minha inteligência não é conivente; não consigo ficar quieto quando vejo algo errado e simplesmente fazer cara de desentendido, pelo contrario, luto pelo que acho certo, e isso me torna estúpido.

Por fim, não tenho bom-senso, não vejo o que todos querem ver, e não tenho problemas em quebrar tabus e falar palavrões, se de tudo que eu disser for desperdiçado pois quebrei uma regra e falei um palavrão, vejo que o errado seria o interprete. Pois procurar o suposto erro dentro de muitos acertos, o torna fraco e mesquinho.

Não tenho bom-senso apenas pelos palavrões, não acredito em um ser superior divino que ajuda tantos, e deixa outros em prantos, ter bom-senso na sociedade, seria acreditar naquele que todos acreditam, ora pena, eu não creio no nosso senhor. E isso é uma total falta de bom-senso.

Por fim, provei que sou um idiota de marca maior, e sinceramente, fico feliz com isso, sou um idiota realizado, fujo dos padrões e questiono o certo e o errado, apenas fico triste pois vejo que o Brasil chegou a um ponto de o problema ser; Não existir tantos idiotas.