Retorno
Chegou a hora de fechar as grades, está tarde, é tudo tão escuro aqui dentro, mas sempre foi o melhor que consegui, um último conforto, meu lugar secreto, e já está na hora de fechar as grades.
Deixe que a escuridão seja a única luz, e que o chão desabe sob meus pés.
Retornando ao meu desconforto, que por vezes foi o mais confortável. Retornando ao meu lado obscuro, que por vezes foi minha luz no fim do túnel.
Chegou a hora de ser preso novamente, para de mim mesmo não escapar, respirar um ar gélido e frio, sempre foi tão bom sozinho estar, esconder minha angústia em meu peito já me matou por vezes sem nunca exitar, e estar sozinho em meu leito, sempre foi o meu descansar.
Sorrir sozinho e chorar a esmos, olhar pra imensidão e nunca enxergar. Me trancar sozinho em meu peito e deixar assim a vida me levar.
Voltando para o meu desconforto, onde sempre foi tão fácil descansar...
"Eu sempre fui tão forte!
Nunca deixei uma lágrima cair.
Mas hoje estou tão cansado e sozinho
Voltando ao meu cantinho sem dor
Onde a dor é meu leito de paz
E a vida se esvai por inteira
E me permite viver em estar
Trancafiado, sozinho, isolado...
Sem uma única corrente de ar.
A luz se afasta tão rápido
E o único som é o meu respirar.
Minhas asas estão despedaçadas
Meu peito sofre a cada batida
Minhas forças retornam a nada
E desabo em meu luto que por
vezes e vezes me foi roubado."
...Sussurros batem e voltam, as paredes impedem a saída, tudo tão abafado, e meu corpo diminui em si mesmo. Batidas que atravessam as costelas, insistem em sempre lembrar, que um coração afetado pela vida, insiste em nunca cessar, e bate com força e com medo, de seu dono um dia se render, ao desejo sombrio que queima, e vive em seu fernecer, que a vida se extinga e desmorone em seu peito.
Serpentes rastejam aos meus pés, estou preso em um buraco escuro e frio, domino meu medo e o instinto de sair sem nunca voltar, como não reconheço esse lugar sinistro? Onde tantas vezes eu vim me ocultar, e que por hora é tão sublime e perfeito, que as horas insistem em se arrastar.
E a vida que segue lá fora, dou adeus sem intenção de voltar, pois retorno ao meu canto de paz, onde só os meus fantasmas vêm me assombrar, e o caos que segue em pranto, para mim é tão familiar, deixem que eu morra em mim mesmo, para que assim eu possa voltar, e quem sabe assim eu esqueça, esse esconderijo que por vezes foi meu lar - a mente.
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"Oh anjo ferido
Você estava triste quando ele esmagou todos os seus sonhos?
Oh anjo ferido
Você está morrendo por dentro porque você não pode acreditar.
Ele iria deixá-la sozinha
E deixaria você tão fria
Quando você era filha dele,
Mas o sangue em suas veias,
Assim como você leva o nome dele,
Se torna mais fino que a água
Você é apenas um anjo quebrado...
E eu prometo que não é sua culpa
Nunca foi sua culpa
E eu prometo que não é sua culpa
Nunca foi sua culpa..."
(Broken Angel) Boyce avenue