Seriedade...
Política é coisa séria. Quem saberia governar melhor do que um cético? Quem são os pobres diabos que governam com reatividade? Saberiam ministrar suas próprias vidas? Afinal, o que há de mais importante do que ministrar a verdade? São os cientistas os ministros da verdade. Não sabia que governantes também poderiam exercer tal ministério com tanta simpatia.
Políticos e seus agregados: como são cheios de si e de malícia. “Si” e malícia são gêmeas. Não é de se esconder que gosto dos políticos, pois sei que jamais serão algo além disso. Suas asas são demasiado ágeis para voar tão alto. Preferem os vôos rasteiros. Afinal, as presas não são difíceis de capturar, menos ainda de devorar. Oferecem até suas crias aos dentes curvos e embotados dos predadores.
Os políticos são tão espertos que não escondem suas capacidades para vôos altos. Até se aproximam dos cumes, mas seus pulmões suportam apenas estágios nas alturas. Sua habitação é mesmo o pântano, pois lá está a riqueza do instinto de sobrevivência.
A consciência é a mãe da política? Seria mesmo a mãe? Ou seria sua amante mais fácil? A política só tem a face alva por causa da consciência, por isso os restos mortais dos políticos somente servem para cultos da consciência. Alguém saberia dizer a diferença entre RELIGIÃO, POLÍTICA e consCIÊNCIA?
Diria que nada é mais repulsivo do que não gostar de políticos e de política. Uma é veneno do outro. Melhor gostar de uma e de outro do que experimentar sê-los.
(Baixada, 17 de novembro de 2008).