O canto da felicidade 1
Não sei quanto o tempo faz
Mas lembro do que produz
Talvez seja mero desmazelo, não sei de quem
Contudo, não gostaria de vê-lo longamente
Talvez a dúvida seja uma esquisitice
Mas não macula tanto quanto o tempo
Não digo de rugas
Não saliento verdades degenerativas
Visualizo a imensidão
Imploro pelo hoje
Ofusco o presente funesto
Saliento a invalidez da negação do primeiro parágrafo
Quero tocar a eternidade do tempo, mesmo na dúvida, com voz firme
Num canto forte e agudo
Junto ao coro, numa noite fértil
Numa terra que sente dor e alegria
O que me dá prazer é abandonar o contínuo
Lançar mão ao arado de quatro estrofes
Sem mesmo ter que casá-las
Sair e me juntar ao canto popular, fértil, em carnaval.
(23 de novembro de 2007)