O canto da felicidade 1

Não sei quanto o tempo faz

Mas lembro do que produz

Talvez seja mero desmazelo, não sei de quem

Contudo, não gostaria de vê-lo longamente

Talvez a dúvida seja uma esquisitice

Mas não macula tanto quanto o tempo

Não digo de rugas

Não saliento verdades degenerativas

Visualizo a imensidão

Imploro pelo hoje

Ofusco o presente funesto

Saliento a invalidez da negação do primeiro parágrafo

Quero tocar a eternidade do tempo, mesmo na dúvida, com voz firme

Num canto forte e agudo

Junto ao coro, numa noite fértil

Numa terra que sente dor e alegria

O que me dá prazer é abandonar o contínuo

Lançar mão ao arado de quatro estrofes

Sem mesmo ter que casá-las

Sair e me juntar ao canto popular, fértil, em carnaval.

(23 de novembro de 2007)

Luis Oliveira
Enviado por Luis Oliveira em 01/05/2012
Código do texto: T3643484
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