O canto da liberdade 1
Sair ao encanto do dia,
sombrear, por vezes, sem perceber,
após uma lágrima de noite.
Que solidão! Nunca vi mais dura.
Observar o carinho pequeno, com um ano e meio,
agarrado ao braço como se fosse aste de aço.
Seu sono incuca o solitário endurecido,
mas não lhe deixa de supor sorriso.
A mais dura solidão,
em tato endurecido.
A menos bruta vastidão,
em pele ingênua, livre.
Suave perigo que emana do bruto;
Forte odor que exala do livre;
Busca que exala em força;
Livre que suaviza o perigo.
Pronto, o dia veio
E não vi um porquê.
Não existe,
por desrazão do livre na solidão.
(09 de novembro de 2007).