Quando chega em casa...
Chegou em casa cansado, uma sensação de vazio no peito, misturado com o ar gélido do dia, por causa da altitude do lugar. Mal abriu a porta, as crianças quase o derrubaram, como uma enxurrada. A barulhada invadiu seus ouvidos. Contudo, foi com tranquilidade que beijou todos os pequeninos, um por um.
Sem pedir, fez-se silêncio na casa.
Havia criado na casa um lugar para si onde podia chorar sozinho, depois daquele dia cheio. Hoje foi dia de desgraceira, pensou.
O filho mais velho sabia das dores do pai. Abraçou-o, e ele chorou em seu peito de rapaz. Ele acariciou a cabeça do pai, e disse que amanhã era outro dia, que amanhã eles dariam um passeio e veriam só coisas boas, que ia ficar tudo bem.
Não, não ia ficar tudo bem.
E Deus deitou-se na cama, secando as lágrimas e dando boa noite às estrelas.