In-declarar para Julieta
"Não dava mesmo para pregar os olhos. A cabeça latejava, e não havia remédio que resolvesse. Sintomas de culpa. Desespero. Não era comum, era sufoco de vida. Uma vontade de me entregar, de abrir os braços e ir correndo para o seu abraço. De aproveitar esse seu sorriso, que eu preciso tanto. E lembrei que Clarice disse que escrever é bom, alivia, que uma linha bastaria para salvar meu próprio coração... E não havia outro jeito, eu não poderia ser tão grosseiro a ponto de te ligar durante a madrugada só para me lamentar por ter te perdido pelo caminho; eu mal conseguiria me explicar. E talvez eu esteja escrevendo não para salvar meu coração, mas o pouco de mim que, eu sei, ainda vive em você."