ENAMORAR-SE E INDIGNAR-SE

Estar sempre enamorado. Não fugir da indignação. São duas virtudes das quais o homem jamais pode e deve deixar de se valer. Hay que endurecerse, sin perder la ternura jamás. Sem ser um absoluto apaixonado pelos pensamentos, pelos ideais ou pelos atos de Ernesto Guevara, é possível considerar que as belas ideias devem ser admiradas e refletidas com seriedade ou mantidas a serviço do bem humano.

Enamorar sempre as flores olorosas e aveludadas, o sorriso das pessoas, a beleza feminina, o caráter dos homens, a maravilha das criações úteis para a humanidade, para o mundo. As miraculosidades da Natureza.

Indignar-se como os malfeitores, os que destroem pensamentos e ideias, os que se aproveitam do progresso alheio, roubando-lhes a esperança e fazendo disso uso próprio. Os que assassinam teses, povos, nações. Indignar-se com os que em nome de uma nação fazem com que se perpetue o cárcere democrático.

Para se enfrentar as discrepâncias do mundo há também que ter tesão intelectual, parcimônia e bom humor. Humor até nos momentos de desgraça, na miséria. O esmoler mais bem humorado arrecada mais esmolas.

Se não se esforçar para vencer a paumolência jamais o cidadão vai penetrar os mais profundos orifícios, os mais íntimos gozos da alma. A impotência intelectual se apossará do espírito e uma alma sem virilidade é uma alma morta-viva.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 23/04/2012
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T3629170
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