matar ou morrer (sentimentos)

nas batalhas que vivi..sangues derramados...

matar e morrer. ferir ou ser machucado

simbolicamente ...por uma razão maior (e inexistente)

no fim..as razões nunca foram suficientes em nenhuma guerra

mas os homens estão lá... por algum motivo lutando por algo

por suas próprias vidas no fim...

os homens buscam o bem.. a paz

e vivem guerrilhando..(vivendo)

chorando pelos teus..todos os abandonos

todas as trocas por seus ideais.

me pergunto..o que sentem aqueles homens

quando estão entre matar e morrer (os sentimentos)

claro que ninguém quer perder

mas todos que vivem isso..sabem que no fim

ninguém sente uma vitória de fato

ver seu próximo ser infeliz (alguém que deveria segundo a lei dos fiéis, amar)

tentamos fantasiar razões para que nossas ações

passem a ser nobres..ao menos ...mais dignas

eu na guerra...matei... e chorei o sangue

morri...chorei a dor do meu próprio sangue

o fogo...que queima todos

antes mesmo do mal...antes mesmo do bem

poderíamos pensar. e será que pensamos?

no que cada dia pensamos??

se no fim, estamos a matar e a morrer...

sempre pensamos que o menos pior é o melhor.

esse é o instinto... pois no fim, nos colocamos na vida a tal situação

mesmo sem querer ....chegamos lá. talvez por não ter realmente pensado. mas não há o que pensar. o viver é uma guerra. uma selva...

as zebras, precisam beber água. ou seja... se desprotegem-se, para sobreviver vão ao lago para saciar a sede..levam os teus consigo

e expõe a todos...os leos..precisam de alimento para os teus

assim....vão atrás das zebras para tanto.

somos nós...matando e morrendo

mesmo não morrendo totalmente. cada dia, células de nós morrem

cada dia, uma pedaço, uma fibra de nós está indo...

chega-se a conclusão de que não há vida sem dor

que não há vida sem a morte de fato.

e o matar e o morrer dos sentimentos?

o amor... não há amor sem dor.

não há a felicidade do encontro sem a saudade

não há a certeza da saudade... sem a falta

para a falta...precisa-se amar..estar

não há como estar um mesmo de nós em dois lugares.

mesmo que não presentes. deve-se algo de nós estar (em ambos lados).

não há como chorar/sentir a vida de irmão que não se conhece

da mesma forma. este é tão precioso.

pois o laço.. não é algo que se faz..da noite pro dia

hoje, cada dia escolhemos ter menos laços ..

para sentirmos menos. já que sentimos demais

talvez por isso.. que em guerra..matamos um outro que se quer conhecemos ....alguém que poderia um dia ter o dom de nos fazer um bem.

(bendito é o homem que ama...sem se quer ter que se fazer um laço... como os homens que se dizem bons de coração e querem a paz)

o homem é muito complexo. o amor é...

queremos mesmo sem ter que matar ou morrer sempre o melhor

o melhor por vezes significa o pior (ou o não) melhor para o próximo... (afinal, existem ricos por que existem pobres).

assim, também é o matar e o morrer. se for preciso, ele vai acontecer à alguém.

talvez, por isso as pessoas...cada dia se afastam mais

confiam menos. achando que podem ter tudo ou mais

mas vejo que cada dia que vejo mais possibilidades

mais só .. é que eu me vejo.

Assim vejo os homens.

cada dia que vivo menos. tenho mais vontade de viver

cada dia que deixo de amar .. quero mais amar

o amor não é o simples amor que cantam os versos

o amor... é a entrega... é troca entre a confiança e a entrega da vida.

e a ausência do mal. é a falta de coragem de matar. e a perca do perigo de morrer. é o dormir em paz. a troca do calor.

nesta selva.. isso cada dia. se torna ...algo irreal.

matando ou morrendo. cada dia morro mais.

morrendo ... para não matar. matando e morrendo

é isso que sinto. essa falta de paz.

mundo de homens...felizes e infelizes homens

forte homens. para não dizer. fracassados.

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a luta passa a ser. quem se perde menos

e é no fim tão difícil mensurar.

eu não quero ganhar. não queria se quer lutar

mas estou. matando e morrendo

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agora eu entendo porque a felicidade é apenas um momento.

sendo este.. a pouca ausência da dor