DAS DORES

Das Dores tornou-se acerba

As armadilhas da vida

Com os malditos verbos

As infelicidades

Muitas de cada vez

O sangue de suas entranhas

Nega um filho ao fim do mês

As cólicas, as depressões

Ausência da gravidez

Truculências do seu homem

Amor com insensatez

Atormentada a menina

Chora, lamenta a sina

O seu cavalo cavalga

Segura a sorte pela crina

A montaria galopante

Não conta com o bom senso

Do marido

Nem do amante

Procura a sorte rara

Feito diamante

A ponte para a entender

É uma linha cortante

Das Dores vai se perder

A vida é como a morte

Não há como interromper.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 22/04/2012
Código do texto: T3627591
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