DAS DORES
Das Dores tornou-se acerba
As armadilhas da vida
Com os malditos verbos
As infelicidades
Muitas de cada vez
O sangue de suas entranhas
Nega um filho ao fim do mês
As cólicas, as depressões
Ausência da gravidez
Truculências do seu homem
Amor com insensatez
Atormentada a menina
Chora, lamenta a sina
O seu cavalo cavalga
Segura a sorte pela crina
A montaria galopante
Não conta com o bom senso
Do marido
Nem do amante
Procura a sorte rara
Feito diamante
A ponte para a entender
É uma linha cortante
Das Dores vai se perder
A vida é como a morte
Não há como interromper.