Sombras

As vezes me pergunto onde foi que errei. Em que ponto da minha vida será que eu cometi o erro. Este erro de sempre me doar e me forçar a me contentar com as migalhas de afeição, carinho e ‘amor’ que as pessoas tem a me oferecer… ‘To exausta’. Pra não dizer, com a ‘mente estafada’. Quero mais. Muito mais. Me ensinaram a sempre querer mais. E agora que aprendi? O que faço? Pra onde ir?, por onde ir? Por onde começar? Não sei mais onde quero chegar, ou será que sei? Penso que quero ser feliz e ter paz. Mas esta paz está me custando. Não confio nem na minha sombra. Ela pode me engolir a qualquer momento… Me sinto tão diferente do que fui outrora. Sinto que algo em mim morreu, definitivamente. E que algo vive. Eu só não sei o quê e tenho medo dessa coisa. E se for um monstro? Será que em mim está crescendo o monstro do egoísmo, da frieza e da intolerância? Se estiver, tenho pena daqueles que permanecerem ao meu lado. São poucos, mas os tenho. Só meus dedos, de uma das mãos, sabem quem são os seres que posso contar e confio. O resto… bem, o resto é o resto e não passará de resto. E sinceramente? Já não me importo mais com o resto. Não ligo mais. Isso me assusta. Antigamente eu me importava com qualquer ser, por mais sórdido e falso que fosse, eu ainda conseguia ‘ver’, com meus olhos de menina, o lado bom deste ser. Mas agora tudo está diferente. Eu não sinto nada em relação a estes seres, senão estaria chorando neste momento. Estou com medo deste monstro que há em mim, e ninguém vai entende-lo. Como vou enfrentá-lo sozinha? Estou fadada a vagar solitária pelo que percebo. As vozes da minha cabeça não se calam. Quietas!!!!! Shhhhh!!! Estou cansada e quero dormir agora.

Fabiana Alves Chaves Ferreira
Enviado por Fabiana Alves Chaves Ferreira em 22/04/2012
Código do texto: T3627221
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