CHORORO
CHORORO
Vez por outra me surpreendo
Queixando-me da vida
Mas em minutos me rendo
Quando vejo outras feridas
Não tenho razões para me queixar
A não ser por puro egoísmo
Tenho vida exemplar
Nunca estive em um abismo
Até hoje tive saúde
Trabalhei amiúde
Amei com virtude
E pelos outros sempre fiz o que pude
Tenho uma família modelar
Sem transtornos a relatar
Esposa, filhos, neta, genro e nora
Todos amados pela vida afora
Preciso me penitenciar
A cada vez que reclamar
Ter consciência que meus lamentos
São coisas de velho rabugento