Um cego no castelo

Há um preço muito caro que se paga ao ser você mesmo, e há um resgate que se experimenta que é único.

Tem horas que penso que ficarei louco, gritando de uma forma inconstante e agindo brutalmente, mas dai lembro que já fiz isso para conseguir a alforria de ser eu mesmo.

Ser uma metamoforse ambulante é interessante, instigante e agressivo.

Duro é ver que suas palavras se convertem em contra razão, e daí você se sente só em meio a multidão pelo simples fato de não querer por natureza própria seguir o padrão.

Sou um social anti-social. Almejo coisas que são pequenas, e as coloco distante de si mesmo. E isso me torna um ser não convencional.

Me sinto as vezes também banal, por ser assim, impulsivo, e um expressionista da alma.

Tem horas que sinto a minha alma fora de mim, tadinha, se cansa de estar aqui, confesso que já pensei em libertá-la, mas o caminho para isso iria aprisioná-la por muito tempo.

É interessante hoje, ser um ser que sabe que não é um ser humano, e sim um ser ficante onde está, um transeunte. Uma epígrafe de um mistério louco e insistente. Um lobo na pelo de um cordeiro, ou um cordeiro escondendo um leão? Minha definição é essa indefinição.

Seria eu um louco terrorista, com munição e armas na mão e seria feliz, mas minha felicidade é inversa. Gosto de paz, amor e festa. Mas as vezes a incompreensão me leva a achar tudo chato.

Sei que isso é um texto perdido, minhas decisões assim também estão. Tem hora que acho melhor ir para os médicos sem fronteira pois é assim que eu me sinto, sem fronteiras, mas as vezes preso dentro de mim. Sei que sendo eu mesmo traria alegria, me revestiria com um manto sagrado e seria um ser alado. Todo mundo pode ser, mas não são todos que sabem disso.

Saber isso é foda, eu duvidava, agora estou a porta. E não adiante vir me doutrinar, pois sei que minha doutrina é essa, é ser eu mesmo, e somente sendo assim é que serei inteiramente feliz.

Ahhhhhhhhhh felicidade. Lindo sentimento, eu te procuro, te acho e te perco, num rabisco que está dentro do meu peito.

Tem horas que eu sei que os bares da vida, o fato de não pensar e de viver em osmose seria mais interessante, mas tudo isso iria rasurar esse belo escrito que quero desenhar com as pontas dos meus dedos trasfigurando a minha imaginação.

Não!!! não quero sua mão, nem seu coração, na verdade nem sua compreensão. Quero apenas espaço para viver a vida como se fosse uma brisa de canabis...(Não, não sou usuário, tem horas que penso em ser, acho que seria bom de vez em quando sentir a brisa de uma sensação ), mas não quero me prender diante de mais nada que não me faça viver a plenitude dessa ilusão.

Desistir, sim!!! já pensei algumas vezes...em me jogar de altos prédios, me espatifando no chão...mas o porém de tudo isso é saber que tudo isso é apenas uma passagem, que a vida continuará e que os poréns serão eternos...dessa forma não vou saltar não, não vou desistir de tentar...uma hora sei que compreenderei o fato de ser eu mesmo, é mais difícil do que pensei...meus fantasmas me assombram as vezes até no banheiro, trazem doces sensações e doces vendavais, mas não quero deixar marca triste nos anais que escreverei com atitudes e atos.

Escrevendo me liberto, faço mapas. Encontro tesouros em lugares distantes, sem sair do lugar e ao mesmo tempo sem estar em nenhum lugar....esse é o resumo de uma ópera que não canto mais, mas que compreendo.

Vou viver, sendo eu mesmo. Perco com isso, compreensões, essa maldita vaidade que me invade querendo ser aplaudida e as vezes incompreendida...isso fere o meu ego, e não tenho medo de expor tudo isso. No divâ da sexta feira sem um puto em sampa se ouve o que ninguém pensa escutar.

Estou longe de quem amo, e ao mesmo tempo perto. A internet ajuda, no meu caso, ajuda a atrapalhar. Queria mesmo um espaço de terra para plantar e estar totalmente desconectado do mundo, vivendo tudo o que fosse real. Picada de mosquito, falta de água porque a bomba quebrou e ter que ir na cidade de cavalo, para comprar o pão da semana. Como isso já se foi, por livres escolhas, tenho diante os meus olhos toda digitalidade mundial, conexões diversas, mas não sinto cheiro, não troco sorriso e nem brindo amigos.

Essa semana tenho que tomar uma decisão, mudar de direção novamente é uma alternativa. Quando criança falava que essa era a saída, que onde estava era pequeno demais para mim, e hoje vejo que o que minha pequenez está na falta de algumas atitudes que criei desde aquela época, e essa terapia que hoje aqui faço, coloca muita coisa em seu devido lugar. Irei publicar, terei comentários diversos. Mas quer que eu fale a verdade. Não, a isso não mais me apego.

Hoje compreendo os loucos, os cegos, os dementes, compreendo até quem mente, quem se engana e quem não gosta de trabalhar. Compreendo quem não quer ir embora e quem não quer voltar. Compreendo as esquinas tortas e os terrenos baldios, e até o fato de o governo não querer melhorar o brasil. Compreendo coisas que antes nem imaginava compreender, mas não compreendo ainda por que estou aqui nesse cubículo a escrever invés de viver.

Mas se me perguntares ou implicares dizendo para eu sair, como um bom teimoso direi para ti, estou aqui e daqui ninguém me tira, pois a felicidade é meu drink e nessa sexta essa será a minha birita.

O que mais importa é que os cegos do castelo veem, e conseguem ver coisas que ninguém nunca mais verá...E eu estou no castelo começando a enxergar...