MÃE

Me deste tuas vogais e por ti fui consoante; embora soubesse, não chegasse ao til. Que sejas três pedaços, única é a palavra equilibrada pelo sinal que tens. Sinal que muda o tom e soa bem. Sinal de luz e vida que muda, cala, fala, muda.

Suave, branda, linda, forte, o embrião de minha existência. O caminho de ti escolhi por ti. Garça sobre o rochedo és tu suave e forte e eu nunca te alcançarei. Estás nas alturas e eu vivo a contemplar-te.

Pequena, doce e gentil criatura, Rainha na presença, luz da ausência, sol das manhãs, só nas manhãs não sinto. Só de maçãs não vivo. De sempre sabor, de todos a cor, do mínimo que faz o máximo; a paz.

Mãe. Eu não te mereço.

Jalex Fernandes
Enviado por Jalex Fernandes em 20/04/2012
Reeditado em 02/08/2013
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