O inverso do verso, parte 4 - Quando tudo volta ao inexplicável.
Em meio a nova forma que tomou a vida nesse instante, o reflexo da falta que a tua forma faz tornou-se constante.
Enquanto essa condição é inevitável, não há outra que substitui, afasta ou apaga sua presença do íntimo do meu ser.
Não há meios - para a minha infelicidade - de saber o que acontece depois do agora, calcular reações nem sempre é capaz de me dizer o quão feliz ou miserável pode se tornar sentimento sem razão, para aliviar o peso que apresenta esse sentimento de querer bem. A vida é muito mais do que eu tenho para oferecer. Agora.
-BOM DIA! - disse a voz alegre de reconhecer a voz ausente que raramente se apresenta. Depois de uma conversação padrão que satisfaz a curiosidade alheia, o rumo que se toma é basicamente o esperado, mas que sempre surpreende.
-Tenho medo de que você mude.
-Em relação a que?
-... A mim. - e então a firmeza com que a resposta se apresenta faz a dúvida parecer ridícula, apesar de não se extinguir, e palavras que demonstram conhecer a minha personalidade muito mais do que se é esperado, apresenta a certeza de que o que acontecerá obedece o oposto da dúvida anterior, e causa medo da mudança, e que ela leve embora o que há de você em mim.
-Eu te amo.
-Eu te amo.