A noite veste calor

Há quem diga que o dia se contorna a cada fim de madrugada, um quente nascer, ao precoce dia fervente, na voraz noite constituída de uma engenharia escura percorrendo luz no horizonte, em seus relevos mais complexos, sobre curvas sobre retas, como instância da memória relembrada de tempos modernos, frios e estáveis...tempos de chuvas que, caía à toda noite para molhar o chão do nobre dia, que o sol clareia e novamente vá... e novamente são. Então o dia se contorna, clareia até demais, esquentam os corpos polares, na fervura do cérebro humano diário... na lucidez de luz, em um dia de estrela, rigorosa amarela, no equador, no trópico, na noite clara de calor, o frio à esperar, dormente e esquecido, nas páginas de um velho dicionário, no pólo derretido, sobre o eixo imaginário.