Um pássaro no parque
A solidez das imagens se mescla diante dos meus olhos, em cores e agudos majestosos no entardecer do Recife. A simpatia dos altares das árvores brinda com gustativas salivas e abraços confortáveis, devolvendo a cada aspiração dos namorados a partida prolongada da juventude em terceira idade, jogando dominó, e o coração pulsa na artéria da vista linda, como uma pluma que pousa lentamente na fonte do arco-íris.
Quantas migalhas os pequeninos pássaros debulhariam até o pôr-do-sol? E o velho Haroldo, com suas botas de sete léguas, cachimbo na boca e poemas na mão, oferecendo simplesmente: "Poesias... Poesias... Poesias, meus caros jovens, qualquer oferta está de bom tamanho."
O tamanho quase inesgotável do "chão" e do "verde", construído além do clique de mim. O final do expediente de trabalho daquele funcionário público, com as pernas esticadas e mãos nos cabelos. A mãe solteira esperando no final do escorregador pelo seu único filho. O papai com a camisa do time, segurando a bola de futebol do seu filho, enquanto o vê no balanço logo ali ao lado.
Inexplicável e surpreendente gaivota, da qual conheci os hábitos mais profundos e os sorrisos únicos, retalhou o caminho em passos e roubou-me um beijo à queima-boca.
Um pássaro no parque, o meio pássaro da minha vida, contraindo a geografia dos nossos planos.