Outro Fim
Declaramos solidão à dois. Reconhecemos a união solitária. Isolada.
E tão erroneamente imaculada, por quem acha que entende de amor.
Ignoramos os avisos. Ignoramos os históricos. Ignoramos o previsível.
Confiamos no impossível. Acreditamos no nada. E somente por fazer,
fizemos tudo errado. Sabíamos que o sorriso era a face se aquecendo para o choro. Que o encanto só existe para o necessário desencanto existir. E se inda existe alguma faísca querendo se fazer nos galhos secos que caíram no chão da gente, se ainda existe alguma gota de sentimento
na imensidão do deserto que nos tornamos juntos, te peço, me deixe ir.
Pois eu agora te liberto. E no segundo subsequente te prendo novamente.
E te espanco a cara com as cartas que me escreveu. E me rasgo a garganta gritando em seus ouvidos as coisas bonitas que me disse.Te beijo. Te amo. Te rasgo com as minhas unhas cravadas em suas costas.
Você vem. Denovo. Novamente. A velha novidade de sempre. Não. Não podemos. É vazio. Seu coração faz eco. E o meu é oco. Preciso de mais que uma língua para preencher minha boca. Pois vazio por vazio, com minha desgraça me viro sozinha.