Um ser com muitas, ou de muitas com um ser.

É nesse momento que você entende que não importa o quanto você tente, sua natureza sempre vai falar mais alto. Características, qualidades e defeitos são adquiridos com ganhos, perdas, sorrisos, choros, amores, desamores, raiva, tristeza e tudo aquilo que todos nós passamos. Não há cabimento eu julgar decisões do outro, pois só ele viveu, só ele sentiu e perdeu. O mesmo comigo. Mas o pior é eu mesma julgar minhas decisões, meus gestos, meus defeitos e até tentar elevar minhas poucas qualidades. Na verdade nem sei quais são meus defeitos e qualidades. Sou tantas em uma... Uma é tão carente e triste que chega a dar dó. Outra é forte, aguenta tanta coisa e procura arrancar um sorriso de tudo. E tem uma que é tão fechada em sim que não tem espaço pra mais nada. A outra respira e anseia liberdade, ou melhor mais que liberdade.. Ela quer o mundo e todo mundo. Uma crê, e a outra procura entender. E ainda tem a que ama a familia, e a outra que se acostumaria fácil viver sem a mesma. Tem uma tão fria, rancorosa que não perdoa nada e que se perdeu nas decepções. Tem uma orgulhosa, teimosa, mimada, birrenta, imatura. E outra que pede desculpas por uma palavra mal usada, uma que cede, uma que divide com o outro, e que aceita o que não tem jeito. Um bondosa e uma invejosa. Uma que se encontra no rock, e se perde no pagode. E outras muitas que ainda estão por vim ou ainda não se mostraram. Eu tenho uma teoria de que cada uma dessas que eu sou, foi uma pessoa, ou sentimento que a fez. As vezes, aliás na grande maioria das vezes, essas varias facetas estão em guerra dentro de um ser. O que torna impossível me definir, é uma constante batalha entre elas e o certo. Entre o que eu devo e o que eu quero. É constante a evolução do meu ser com muitas, ou de muitas com um ser.

Li Janis
Enviado por Li Janis em 14/04/2012
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