Carta de um pensamento

Apaixonada! Eu saberia o que falar. Embora condicionada à confusão dos signos, juro, eu poderia afirmar... Isso não é amor! (risos) Racional. Eu não sou do tipo que acredito neste sentimento longe da forma fraternal, a paixão sim, sempre atraia-me e devastava feito furacão tudo a sua volta.

Acredito que este pensamento hoje seja irônico, pois embora eu pareça escrevê-lo tão atônita, é o que sinto e posso falar...

Escuta!

EU TE AMO! Incestuosamente eu te amo. E nenhum outro bravejo, conseguiria expressar de forma tão clara o que te proponho agora. Lógico, que existem dias desacreditados, mas, se quando eu acordar você estiver ao meu lado, eu desacreditarei que um dia fui triste.

Incrível, divinamente incrível, os racionais podem amar! Eu que antes fui gramática, agora sigo desaguando em versos, sorrisos e olhares. Ah... Se logo soubéssemos, que embora velhos, estamos dispostos a nos tornar crianças tão teimosas (risos).

Confesso que ser desbravadora do meu próprio amor, da palavra em sentido contrário ao que lhe atribuía, é amedrontador. Mas, o medo me aguça tanto a vontade... E quando essa vontade vem do que sinto por você, esqueço todos os meus passos de antes e recomeço a cada segundo com a voracidade de quem nunca havia descoberto nada igual na vida, e na verdade, nunca descobrirá mesmo.

Pois bem, eu declaradamente racional, disponho de todas as ilusões que acompanham o amor. E amo desesperadamente essa mistura gostosa de paixão e amor cotidiana que vivemos.

Meu bem, eu consigo amar os meus olhos, pois quando despertam me levam até você, com tamanha leveza que trás cor a vida;

Eu consigo amar as minhas mãos, pois elas se fundem no calor do teu corpo, quando ainda pela manha te abraço antes de dar o primeiro passo do dia;

Eu consigo amar o meu nariz (risos – e olhe que a vaidade muitas vezes me priva deste sentimento), pois dele inalo a essência que retiro da sua alma, quando suave me embalo em teu perfume de café da manhã;

Eu consigo amar as minhas orelhas, quando escuto a sua voz durante todo o decorrer do dia, e sigo querendo que logo o finde, para que possamos acolher mais uma noite lado a lado(graças à Deus que a tecnologia nos presenteou com os celulares... eu não conseguiria ficar sem te ouvir 44 horas semanais);

Eu consigo amar a minha boca, quando dela inclino até você a passagem de tudo que sou.

Amor, eu já não sou uma, e assim consigo amar tudo que sou, pois todos esses sentidos que também são você, me refez tão feliz para a vida.

Sei que não posso prometer a vida inteira ao teu lado, embora acredite que em qualquer ausência tua, a mínima indesejada que seja, seguiria te amando, e amaria cada segundo, até que a esperança existente nas fronteiras da vida desabroche em mais um reencontrar.

Penso que eu não a amei a primeira vista, e sim reconheci a sua alma através do olhar. E desde este momento eu te amo assim, tão livre, tão leve... Porque esse amor não pesa.

Eu bem sei que todo poeta é um pregador do amor, mas também sei que poucos são os agraciados em senti-lo. Por todas as vezes que eu implorei em sentir amor próximo ao que transcrevia, hoje não sei transcrever nada próximo ao que sinto.

E assim, sigo sorrindo a cada lua cheia, sendo aprendiz do tempo e desta aldeia do amor.

P.S: Vida, obrigada por mais esta lua cheia. Te amo!

SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 09/04/2012
Código do texto: T3603000
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