Rascunho
Enquanto não vem, a sua imagem nas minhas noites de sonhos,
Para alegrar a minha alma pelo menos em meus sonhos...
Enquanto não vem,
Finjo que vai chegar, ensaio os beijos, acalmo os desejos...
Escrevo pelos quatro cantos da casa, rabisco cadernos, páginas
vão se espalhando por toda a casa, tentando lhe encontrar.
Abro portas, janelas, escancaro a paixão, as vontades.
Rascunhos de você adentram a penumbra do anoitecer, olho pessoas
que caminham lá fora pela rua, ouço suas vozes,
E você... Você nunca vem, nunca virá.
O rascunho da cidade está em meus olhos tão carente de sua imagem
que só sabe estar, só existe em minha alma.
Liduina do Nascimento