Um reino distante...

Certa vez em um distante reino vivia um grande e bondoso rei que era amado por seus súditos, porém vivia cercado de alguns ministros que eram falsos e apenas buscavam acumular riquezas e poder. Certo dia este soberano se viu muito doente e sua grande preocupação era o fato dele não ter filhos para governar seu povo, ele sabia que se os ministros ficassem no poder seria um desastre, pois eles só amavam a riqueza, mas sem eles seria muito pior, pois em todo reino não havia um só homem que estivesse pronto para gerir os negócios do reino.

Então certo dia ele teve uma idéia, faria um eleição e o vencedor tornar-se-ia rei e seria auxiliado pelos ministros, para garantir a ordem ele incumbiu seu mais confiável general, que era um grande estrategista e comandante dos exércitos do reino, porém era totalmente desprovido de amor ao próximo, para ele a vida pouco valia. Após a eleição o resultado não poderia ser outro, elegeram um jovem muito bonito e pouco experiente na arte de viver, o rei teve pouco tempo para ajudar o novo soberano a conhecer os negócios do reino, pois a morte rapidamente veio buscá-lo. O novo soberano sentiu que deveria acima de tudo ajudar o povo que o elegeu, para tanto ele demitiu todos os ministros, por saber que eles não gostavam de pobres. Mas logo os problemas chegaram, o primeiro mensageiro veio avisá-lo que a colheita seria pequena para alimentar toda a população pois este era um ano de poucas chuvas, o novo rei logo decretou “a partir deste dia ficam proibidas as secas”; o segundo mensageiro veio avisar que devido a seca a floresta estava queimando e muitos animais morriam, ele não pensou duas vezes baixou um novo decreto proibindo o fogo de queimar a floresta e matar os animais. Um terceiro mensageiro veio avisar que o povo estava insatisfeito com ele e de novo mais um decreto real.

Atualmente o congresso brasileiro tem portado-se como este jovem rei, para cada problema um decreto ou lei, temos lei que garante prioridade na fila para idosos, grávidas e mulheres com crianças de colo; leis que criam cotas em concursos, lei que proíbe discriminação racial e agora a nova discussão, a lei anti homofobia, parece que o congresso esquece que no lugar de tantas leis o remédio seria uma educação de qualidade, pois um povo civilizado respeita e valoriza os cabelos tingidos de branco pelo tempo, as mulheres na bela e sofrida missão de ser mãe (principalmente num país que desconhece o valor da vida), um povo educado valoriza a diferença como garantia de uma real democracia e como diz Boaventura de Souza Santos: “"Temos o direito a sermos iguais quando a diferença nos inferioriza. Temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza. As pessoas querem ser iguais, mas querem respeitadas suas diferenças. Ou seja, querem participar, mas querem também que suas diferenças sejam reconhecidas e respeitadas." Não necessitamos de mais lei ou cotas, precisamos de educação para formarmos uma sociedade baseada na igualdade e respeito interpessoal.