Ilações efêmeras
Álbuns… fotos… passado remexido e à tona trazido, estômago contraído… sensação estranha de uma não prisão pretérita presente… questionamentos… dúvidas…onde foi que o desencontro aconteceu? por que o retorno?
Memórias, fotografias, álbuns, pessoas pretéritas retornando ao presente, nem sempre é presente retornando pra gente… mas dor, apego e desapego, desencontro…
Existem pessoas que passam pela vida da gente e marcam, não importa como, simplesmente marcam: perfumes, tempos, lugares… E aí você passa alguns anos sem vê-las e quando vê, seja por foto, ou pessoalmente, algo vem à tona mostrando de forma contundente o que um dia você já sentiu e hoje não sente… ou sente que não queria mais sentir… e aí vem as questões: sempre será assim, um ciclo assim, no qual o que muda são apenas as personagens?!
Daqui do meu canto tem um jeito bom de ver… me lembra que sou vivente, existencial, de pele e que abaixo dela há o sangue, e o sangue é vermelho, às vezes frio, às vezes ferve…
Eu não gostaria de escrever sobre tudo o que posso ver,
Mas para não escrever teria que ter um jeito de não ver.
Não ver com a alma, porque dos olhos, eu posso mudar a direção a qualquer tempo…
Mas como redirecionar a alma, como lhe dizer como viver e sentir e refletir em mim o que vê e sente?!
São Paulo, 07.04.12