42
“O que você quer ser quando crescer?”, era o que me perguntavam quando eu era criança.
“Médico”, eu respondia.
O que ninguém nunca me disse é que uma criança deveria pensar no futuro como algo divertido, fantasioso, como se fosse uma aventura. O futuro enfadonho pertence aos adultos, com seus ternos e gravatas de nós prontos.
Mas e a estabilidade? As carreiras? O dinheiro?
Por que somos tão tendenciosos a acreditar na evolução do status e não na evolução do coração?
Por que colocaram isso em nossas cabeças antes mesmo de descobrirmos que a matemática vai além de aprender a tabuada?
Por que não podemos simplesmente acreditar na felicidade plena, sem precisar acordar cedo?
Por que não podemos estudar pelo simples prazer de aprender, e não para “ser alguém na vida”?
Por que a inocência se perde tão cedo...?
E quantas crianças realmente estudaram medicina quando cresceram?
E quantas crianças não tiveram a oportunidade de estudar?
E quantas crianças não tiveram quem fizesse a famosa pergunta a elas?
E se te fizessem essa pergunta hoje, qual seria a sua resposta?
E se me fizessem essa pergunta hoje, qual seria a minha resposta?
“Quero ser exatamente quem sou, com meus erros e acertos, com minhas risadas e escolhas.
Alguém que olha para o passado com nostalgia.
Alguém que olha para o presente com alegria.
Alguém que olha para o futuro com respeito”.
E as respostas para “a vida, o universo e tudo mais”, eu deixo para quem não está satisfeito consigo mesmo.