Amor em coma.
O tempo passou! O sentimento ficou. Ainda ontem, me peguei relendo conversas, revivendo cada carinho, brincadeira, implicância, cada briga... Cada “eu te amo”. Engraçado como a gente se dava bem e ao mesmo tempo tão mal. Mentiras, ciúmes, culpas. Tudo extremamente errado. Enfim, agora pouco falei contigo, falei de saudades. Você não me respondeu! Talvez eu me repita demais, ainda me ligo ao passado. Ainda me culpo. E me pergunto... E se eu tivesse feito diferente? Faço planos do que não vivemos. É difícil, deixar o passado no passado. Eu tento de verdade. Há momentos que eu sinceramente te esqueço, te deixo ali, num canto. Quase que te castigando. Mas uma música ou palavra que me lembre de você, me amolece. Daí seu tempo de castigo se acaba e você volta a fazer travessuras no meu coração. Seria lindo, se não fosse tão doloroso. Ou é lindo por ser doloroso. Só os poetas responderiam. Realmente querido, você não se lembra de nada de nós? Porque eu me lembro de algumas coisas, umas boas outras amargas que seria melhor eu esquecer. Foram tantos danos ao meu coração, ao teu. Mas sobrevivemos, em outros conselhos, outros carinhos, outros braços, outros amores. Porém ainda sim, não sei o que me faz acreditar que você vai deixar de ser um moleque sapeca e se tornar o poderoso senhor que és do meu coração. Impossível! Improvável! Inaceitável! E conclui-se que eu preciso lembrar que eu existo e esquecer que você existe. Não há volta para um amor tão machucado, ele está em coma profundo e definitivo. Entretanto o mundo dá voltas, o mundo gira, e quem sabe em nenhuma dessas voltas ou nessas revoltas, e anos e anos depois ele acorde e surja quase com um milagre.