Onde está a "diferença"...
Hoje lá estava sentando no mesmo banco de todos os dias quando me deparo com um senhor que aparentava 50 anos e com doença que lhe causou cegueira. No mesmo instante pensei na dificuldade que aquele senhor deveria estar para que chegasse a seu destino sem que houvesse qualquer problema que fosse. Qualquer um que se deparasse com a imagem daquele senhor subindo uma escada de apenas três degraus, que seria de enorme facilidade para subirmos e que para ele demorara uns minutos a mais estaria a pensar que aquele homem seria uma pessoa infeliz e ingrata por estar daquele jeito, impossibilitado de realizar tarefas que para quem enxerga é de um prazer imenso, porém não há nada de impossível e não há sentimento de ingratidão naquele senhor. Garanto que aquele senhor com muitas dificuldades, parecia estar vivendo com muito mais gratidão por estar sem poder ver, mas andando, falando, comendo, sorrindo, e nós que enxergamos estamos cada vez mais ingratos por tudo o que Deus nos deus de bom para que fosse vivido. Devemos realmente enxergar todos os problemas a que estamos dispostos por conta de quem tem “visão”. Saúde, saneamento básico, educação, honestidade, amor, amizade, todas essas são questões com problemas causados por quem "enxerga" e são as quais deveriamos olhar, pois realmente contém problemas a resolver. Talvez fosse melhor não enxergarmos, quem sabe daríamos valor ao que temos e nem sequer agradecemos por tê-las.
Ainda me é estranho pensar no que é levado em conta na relação “diferente” ou “estranho” e o “normal” no qual e estamos acostumados a presenciar em conversas entre vizinhos, no ônibus, nas ruas em geral e em qualquer lugar em que haja pessoas. Pois sei que o certo ou errado é dado pela sociedade e ensinado desde a juventude a qualquer ser humano. Mas o que seria levado em conta? O fato de se ter a visão, tira a normalidade de uma pessoa que não enxerga? Ou seria tudo relativo?...