Reflexões refletidas
Prólogo
Estas reflexões refletidas são fragmentos colhidos no jardim de uma mente febril. Provavelmente, neste texto, assim como em muitos outros escritos de minha autoria, são encontradas infantilidades e tolices, mas quem sabe podem ser aproveitadas por quem pensa igual a mim, sem necessariamente ser um tolo?
Profissão e sucesso – Nem sempre andam ladeando o profissional especializado. Para ser um profissional de sucesso é necessário ser eclético, empreendedor, intimorato, ousado e investir numa formação diversificada.
O brilho dos olhos – Olhos são iguais a espelhos. Quando eles brilham é por se ter incidido neles uma luz. Nesse caso haverá um reflexo de brilho proporcional a fonte emitente. Quanto mais intensa for a luz da fonte emissora, mais brilhante serão os reflexos difusos. Contudo, nós poetas (grandiosa pretensão) acreditamos que essa luz exteriorizada pelas janelas da alma pode ser aspergida pela felicidade espiritual.
Sabedoria – Respeitar as opiniões alheias, aceitar que há muito a ser aprendido sem se acomodar com o sofrimento do aprendizado é, antes de tudo, o primeiro pequeno passo rumo ao autoconhecimento.
É dando que se recebe – Refrão bíblico, fragmento da oração de São Francisco, frase de efeito muito bem utilizada e melhor ainda aproveitada por líderes religiosos com vistas à obtenção de polpudas doações quase sempre em proveito próprio.
O acme do prazer – Não é fácil dissertar sobre algo que se assemelha ao estrondo de um trovão seguido do silêncio de uma quietude. Acompanhado de um clarão interior intenso, essa explosão hormonal esplendente de fagulhas tépidas causa fulgores nas auras dos abstidos de ternura.
A morte – Do alto de seu trono ela me observa silente. Não se veste como a imaginam. Sua clâmide não é negra, mas sim escarlate com variações de um amarelo-ouro estonteante. Às vezes esse dourado lampeja, mas não emite calor. A mitologia representa esse ser temido por um esqueleto humano armado de uma foice. Não a vejo dessa forma.
Vida – No contexto da metafísica a vida é um processo contínuo de relacionamentos. Há quem diga e acredite na repetição (refrão) dos antigos: “enquanto houver vida há esperança”. Entendo que no espaço de tempo entre a concepção e a morte de um organismo há mais provação do que propriamente vida de boa qualidade.
Provação – NÃO É apenas prova, aperto, risco; perigo. Extremamente necessária para o aprendizado, tornamo-nos dignos de gabos e louvores, sem presunção, quando aceitamos provação como uma beatitude.
Em meu ser – Prevalece o gigantismo de um vazio ainda não preenchido, um eco sem saída com retorno incerto, tétrico; uma ilusão contemplada com solidão nefasta.
O amor – Tem múltiplos significados na língua portuguesa e muitas facetas incompreendidas. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo. Grosso modo é a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.
O ódio – Esse sentimento mesquinho, forte aversão a algo ou alguém, produzido por medo, ofensa sofrida, inveja, ofende mais ao seu detentor do que a vítima dessa ignóbil vileza.
A beleza – Vejo-a na harmonia da natureza, no equilíbrio e estabilidade do universo, na simetria e composições regulares dos seres vivos.
A vingança – É pouco conhecida por vindita, mas a essência do mal que causa ao espírito do vingador assemelha-se ao atraso de um espírito amargurado pela involução.
Superação – É a força incomum enaltecida pela perseverança.
Hipocrisia – É a perfídia que mascara a honestidade verdadeira.
Quem ama, às vezes, mata – Com a certeza da impunidade, morosidade, recursos meramente procrastinadores, conivência e beneplácito das Leis Brasileiras QUEM AMA, ÀS VEZES, MATA.
Família e filhos – Quando um homem e uma mulher se propuserem a ter filho (s) deverão reunir no mínimo quatro condições básicas e fundamentais: Afetividade, alimentação, saúde e educação. Não necessariamente nesta ordem. Na ausência dessas condições cria-se e nutre-se a miséria social e humana.
A miséria humana – Alimenta-se e se nutre da dor alheia, da alegria, da esperança, do medo, da juventude, da saúde, da vida fausta, dos sorrisos ou do orgulho da glória do ser imperfeito, sujeito a erros.
A felicidade – É um estado momentâneo de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo.
As mãos – Não são apenas partes de um corpo. São as mãos operárias a serviço pleno do cérebro. Por simbologia (sinais) fazem uso de uma linguagem visual que incorpora gestos, expressões faciais, movimentos da cabeça, linguagem corporal e até o espaço ao redor do ser impedido de falar.
O beijo – É uma manifestação sublime de afeto. Quando sincero e excitado, acende desejos inconfessos entre amantes, mas também pode significar tristeza, conforto, respeito e perdão.
O abraço – Até os animais irracionais se abraçam. Quase sempre é uma manifestação espontânea de carinho, boas-vindas e afeto.
Um prazer simultâneo – Estremecem os amantes e nas bocas esfomeadas um beijo ávido sela a cumplicidade. Em goles sôfregos o fluido seminal é deglutido. Com juras secretas essa fúria indomável é sublimada no sagrado instante.
Uma convivência harmoniosa – Para isso é necessário que os conviventes aprendam a bem usufruir da concórdia, adaptando-se aos defeitos mútuos, respeitando os limites um do outro.
O ser humano carnal – Ao ler o livro pelo epílogo e não pelo prefácio, buscando pela mácula do prazer fugaz, conhecimento recíproco das vontades carnais insatisfeitas, sente-se aspirado para o interior de um mundo vagínico, aonde fica perambulando sem querer sair dessa quietude que almeja perpétua.
Corrupção – É mais do que a degeneração moral dos princípios basilares da confiança. Nas democracias tendenciosas à anarquia existe o suborno, a extorsão, o fisiologismo, o nepotismo, o clientelismo. Quando em um país acontece corrupção política desenfreada será conhecido por outros governos como uma cleptocracia.
Meu sonho maior – Até posso, mas não desejo querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo... Até mesmo o desejo de me fazer compreender.
A saudade – O que virá depois dessas notáveis lembranças do ontem será o hoje e o amanhã que terão o condão de me manter vivo, com a mente febril pelo fiel irreproduzível devaneio de minha iniciação nos mistérios dos adultos... Eles mantêm, sem amor, seus corpos em ebulição. Eles sim fazem de tudo para viver apenas o presente em morredouro instante.