A relatividade

A noite está para o dia

Assim como o abrir dos olhos

Está para o seu fechar.

A escuridão contempla

A luminosidade das estrelas

Assim como a claridade

Vislumbra o movimento da vida

E cada centelha.

A cada passo da humanidade

O universo acelera

O tempo e sua ilusão

Não nos espera.

A luz passa rente

E entendemos quase nada.

Os dias são mais curtos

E a vida já implora

O tempo que não se tem

A atenção que não mais convém

Já que o tempo urge lá fora.

Sugados por esse buraco negro

Não entendemos a utilidade do medo

O que sacode a consciência

Dando-nos um pouco de ciência.

A dimensão é um todo

O eixo que me sustenta

Sustenta o todo.

Não importa se há algo

Mais rápido que a luz

Se há vida apenas onde ela reluz.

É preciso entender

A real idade da humanidade

Sem seus contratempos.

O universo não pára de expandir

Esperando a gente agir.

Se é preciso acabar

Com a sacolinha plástica

Entrar na onda da sustentabilidade.

Só sei que é preciso ir além

Do modismo inútil

De uma mentalidade fútil.

Apesar de sermos a insuficiente

Partícula do todo

Há esperança de menos engodos.

Mas é preciso entender

Não apenas a teoria da relatividade

Mas sentir de fato

Que gravitamos em torno da luz.

Isso já foi provado

Autenticado... assinado.

Agora é preciso sentir

Que essa mesma luz

Que se faz caminho orbitando-nos

Está caminhando ao seu ponto de escuridão

Fechando o ciclo de perfeição.

Mas ela ainda espera que o homem

Agora... seja Luz

E brilhe na imensidão

Ou se perca de vez na escuridão.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 31/03/2012
Código do texto: T3586125
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