A relatividade
A noite está para o dia
Assim como o abrir dos olhos
Está para o seu fechar.
A escuridão contempla
A luminosidade das estrelas
Assim como a claridade
Vislumbra o movimento da vida
E cada centelha.
A cada passo da humanidade
O universo acelera
O tempo e sua ilusão
Não nos espera.
A luz passa rente
E entendemos quase nada.
Os dias são mais curtos
E a vida já implora
O tempo que não se tem
A atenção que não mais convém
Já que o tempo urge lá fora.
Sugados por esse buraco negro
Não entendemos a utilidade do medo
O que sacode a consciência
Dando-nos um pouco de ciência.
A dimensão é um todo
O eixo que me sustenta
Sustenta o todo.
Não importa se há algo
Mais rápido que a luz
Se há vida apenas onde ela reluz.
É preciso entender
A real idade da humanidade
Sem seus contratempos.
O universo não pára de expandir
Esperando a gente agir.
Se é preciso acabar
Com a sacolinha plástica
Entrar na onda da sustentabilidade.
Só sei que é preciso ir além
Do modismo inútil
De uma mentalidade fútil.
Apesar de sermos a insuficiente
Partícula do todo
Há esperança de menos engodos.
Mas é preciso entender
Não apenas a teoria da relatividade
Mas sentir de fato
Que gravitamos em torno da luz.
Isso já foi provado
Autenticado... assinado.
Agora é preciso sentir
Que essa mesma luz
Que se faz caminho orbitando-nos
Está caminhando ao seu ponto de escuridão
Fechando o ciclo de perfeição.
Mas ela ainda espera que o homem
Agora... seja Luz
E brilhe na imensidão
Ou se perca de vez na escuridão.