PENSO


Penso.
Penso muito.
Não sei se penso certo, mas mesmo assim penso e ouso viajar pelas trilhas, conscientes ou não, deste pensar, abrindo espaços para que o inconsciente possa interceder a qualquer momento.
 
Penso.
Penso muito.
Não me canso de pensar.
O pensar não me expõe.
O pensar não me cansa.
O pensar não me faz mal.
Penso tentando dar direção crítica e certa racionalidade ao pensar.
Penso buscando refletir sobre a realização do meu viver.
Penso buscando minimizar as falhas do que sou e do que posso ser.
 
Penso.
Penso muito.
Às vezes creio que para me tornar um “autista” e viver apenas os meus pensamentos faltou pouco.
Penso e descubro que a realidade externa independe do pensar, mas minhas realizações neste real podem ser mais humanas e sociais quando penso.
Penso e descubro o quanto desumano posso ser, e penso, buscando alternativas para não sê-lo.
Penso e me vejo um misto de natureza, interferência e do que desejo ser.
Penso e me percebo moldado, ajustado e reformado.
 
Penso.
Penso muito.
Penso e me descubro um complexo de seres internos, reais enquanto minha existência, lutando todos para comigo pensar e competir, e algumas vezes me perco neste turbilhão de pensamentos sem foco, mas pelo menos não me excluo de pensar e não me omito de tentar me conhecer.
 
Penso.
Penso muito.
Penso e não me canso de pensar.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 30/03/2012
Código do texto: T3585535
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