Entranha-me.
Nem queria mesmo. Juro que não lhe queria por perto.
Lhe queria dentro,
arranhando meu interior como um cão arranha a porta pedindo atenção.
Sério, não ia ligar. Não iria doer. Já doeu tanto antes,
sem você.
Agora sua presença não faria diferença. Seria apenas mais um sino tocando,
enquanto eu o travesseiro estivesse abraçando.
Que seja. Ou não seja.
Também já não faria diferença, as nuvens continuam a sorrir pra mim, em formatos de desenhos estranhos. Estanha-me?
Entranha-me.
Arranca-me o ócio divertido que se transpassa nas brincadeiras inocentes, indecentes.
Me encara,
cara a cara.
Cara ou coroa?
Não corroa
ou corra,
morra.
como mosca estatelada
na parede do meu quarto