ONDE SE VENDEM CABEÇAS?

                              Juliana Valis




           Quando nossas idéias não correspondem mais às necessidades de nossa vida, percebemos que, por vezes, é necessário reformular a mente, conferindo-lhe novos conceitos e novos desafios. 



          É lamentável, nesse sentido, que a sociedade hodierna seja marcada por "lavagens cerebrais" constantes, que interferem até em nosso inconsciente, influenciando nossos comportamentos diários,  por meio de padrões estéticos, "sonhos de consumo" quase sempre inalcançáveis e infinitos, balelas de marketing, entre outros fatores.  

         
            O mais intrigante, nessa perspectiva, é que a liberdade de pensamento é garantida constitucionalmente, mas, em geral, quase não é incentivada. Será que estamos acostumados a comprar idéias prontas, oferecidas pelos "fast foods" da mídia capitalista ?  Será que o raciocínio crítico pode ser parcelado nos crediários das lojas de departamentos ? Terá nossa sociedade se transformado em uma especialista na arte de fabricar "cabras sem cabeça", ou seja, pessoas que não pensam por si próprias e apenas repetem comportamentos ? 


          Eis o grande problema da nossa sociedade: repete-se demais, pensa-se de menos. Compra-se, compra-se, compra-se, porque pensar sempre foi e é perigoso. Assim, enche-se a vida de bens materiais, mas a cabeça e a alma permanecem sorrateiramente vazias...


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