A mulher como medida na vida dos homens
A mulher como medida na vida dos homens
A mulher transforma o homem. Dito quase popular, pronunciado em escala maior pelos antigos. A frase pode soar como certeza de que seja o bem encarnado em pessoa, atualmente nas relações de convivência entre os cônjuges, mas na sociedade grega antiga e na sua mitologia era aceita mais a ideia de que seria o mal a tormentar eternamente a vida do homem.
A maioria dos homens que são desajustados, sedentários e que vivem uma vida sem norte precisam um dia entrar em sintonia com a vida e procurar uma razão de viver. Ao encontrar uma alma-gêmea, uma mulher que o complete, acerta todos os ponteiros e começa a trilhar no sentido do que a vida lhe devia propiciar como o certo, o desejado.
Assim, apacenta o pretendente e o orienta, quando não, transtorna e o deixa alucinado. Esta artimanha natural e inerente da mulher corrobora os mitos acerca da mulher e sua origem, servindo como antídoto e como veneno. Como o veneno é a medida para deixá-lo extasiado e fazer perder o sentido normal da razão; como antídoto, o controla e alerta ao não fechamento do estado primitivo de sobrevivência.
A teogonia adverte da inevitabilidade da ira de Zeus, em que a mulher entregue como oferenda será para deleite do homem, desde que este se esforce até a fadiga e lhe seja esgotadas as energias. Justamente naquilo que lhe fora tocado Zeus, na sua fecundidade, vista neste aspecto como castigo ofertado aos homens. Entretanto isso terá um preço, que será a perda da felicidade humana, embora considerem que ela seria uma mal necessário.
Sobre a teogonia e Pandora poder-se-ia dizer que seria um contrasenso, em razão de que a mulher é um mal e teria sido feita somente para procriação. Alude também ser aceita a ideia de que o homem poderá se aproximar dos imortais, no sentido de perpertuação do seu patrimônio hereditário e quase imortalidade. Nesse prisma serve ela como um meio divino de continuidade e infinitude genética.
A satisfação e felicidade hoje independe tão somente do ato de procriar. Os prazeres da vida, entre os quais os carnais, são vivenciados de maneira mais intensas entre os formadores de uma sociedade conjugal. As várias formas de contracepção favorecem este ir e vir entre homem e mulher, tirando mais a culpa e deixando-os mais livres para a efetiva troca.
Dessa forma não tendo a mulher o homem, seria um errante incapaz de continuar seu destino e a sua perpetuação. A vida seria uma incógnita e poderia não saber distinguir o bem do mal, estes podendo ser premiados pelos excessos ou faltas de acordo com a obediência aos desejos dos deuses.