De Drummond (7): Estreita cama
Diz o poema drummondiano:
AMOR E SEU TEMPO
Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
(A seguir)
Talvez eu, duro mais do que maduro, tenha de entender e gostar do amor privilegiado. Talvez...
Sei que, duro ou maduro, compartilho cama não tão estreita com o meu Amor e pressinto na superfície mais diminuta da pele o estremecimento do meu Amor.
(Depois ou antes, podemos altercar e mesmo gritar-nos; mas tanto tem, se Amor, minha Amor, é privilégio meu...)