São Pedro roubado e vingador
Do mosteiro de São Pedro de Osonho, no município de Vilar de Vós, da comarca de Verim, no sul da Galiza, perto do norte português, um moço roubou a imagem do santo patrão com o alvo de conseguir algum dinheiro para salvar a penúria em que mais cada vez se achava (por culpa da crise, ser fantasmagórico que não vemos mas sofremos).
Desde aquele dia aziago não o visitaram mais do que desgraças: queimou o carro, abandonou-o a namorada, perdeu o trabalho, sofreu cortes nuns tendões...
Vistos os vistos, matinou que São Pedro estava a castigá-lo. Então entregou-se à polícia rural (cá denominada "Guardia Civil", logicamente instituto militar), confessou seus pecados perante os "sacerdotes" do reino bourbónico e agora aguarda que São Pedro e os juízes lhe sejam benévolos.
A gente da zona, crente, mas não crédula, acredita nessas atuações vingadoras do Santo porteiro do Céu, primeiro Papa da novinha igreja do Cristo.
Reflexão profunda:
É destes jeitos que a fé certa alicerça nas consciências de todos os povos: nuns a fé tem por objeto São Pedro; noutros, os Santos Anjos; nus terceiros, o Espírito Santo; nalguns, Maomé; e noutros maisa, os governos presididos pelo sangue azul do rei...
Sempre a fé, nunca a razão; sempre as promessas de vida eterna, nunca as realidades contingentes.
Moral:
Tenham fé e alcançarão o paraíso de anjos femininos, os varões; mas não sei se as mulheres estarão destinadas a um paraíso com anjos masculinos bem conformados. Sabem?