Corpo livre
Não consinto com os que afirmam (crentes?) que o corpo não tem vida própria, mas apenas a da alma que o informa.
Acho que andam bastante errados: o corpo só pode entender-se como alma corporizada ou, vice-versa, como corpo vivo, portanto, livre.
Mas onde assenta a vida e a liberdade? Qual o critério certo para diferenciar do não vivo o corpo vivo, do escravo o corpo livre?
Penso que unicamente na "hedonê" (que diziam os epicureus), no prazer, na alegria, no desejo:
Será corpo vivo e livre a pessoa capaz de se mergulhar no prazer, a que se envolve na alegria, a que realiza sossegadamente o desejo.
(Não compreendo os indivíduos humanos que fogem do prazer, que cultivam tristemente a tristeza, que reprimem violentamente o desejo. Não compreendo, embora me acompanhem bastantes pessoas que parecem comungar com essa "filosofia" mesta, solitária, lúgubre e sem esperança...)