Desabafo

Faz pouco tempo que descobri que, ao contrário do que sempre acreditei sem saber, não... Não posso corresponder ao que os outros esperam que eu seja...

Eu não sou forte. Eu não sei ser forte.

Eu só guardo essa imagem comigo e mantenho ela viva para o bem das pessoas que estão ao redor, mas eu não sou forte... Aliás, eu nunca fui forte. Isso se chama: ser solitário.

Ser forte não é chorar sozinho. Isto é so-li-dão. Deixar alguém chorando sozinho é: covardia. Ser forte não é desabar dentro de si mesmo e sem ninguém perceber: isso se chama so-li-dão. Ser forte não é se conformar com o que tentamos fazer diferente: isso se chama de-sis-tir.

Só visto o escudo que me deram, quase por im-po-si-ção. Mas eu não sei usar esse escudo... Por dentro estou totalmente atingida, e ninguém vê. Ninguém vê minhas feridas, ninguém presta a-ten-ção.

Penso em 30 possibilidades diferentes de agir e falho em todas, mas eu não devo me entristecer, não é permitido eu me entristecer e me desiludir... e nem choramingar, pasmem! E nem lamentar... nem pensar.

Pode ir, se quiser, eu posso ficar aqui - completamente abalada - e vou me recuperar, vou sobreviver, daqui há alguns anos só restarão cicatrizes - que ainda doerão... Mas de qualquer forma, ainda estarei aqui, para vocês:

Estampando um sorriso que sempre mostrei, talvez um tanto calejado...

Com a minha polidez de sempre, podendo conversar com os outros sobre bobagens, sem desabar dentro de mim mesma, como o esperado... Pois os fortes não tem dúvidas, nem receios, nem medos...

Sem precisar de apoio, carinho e consolação, já que sou forte, sou autossuficiente nisso.

Resta-me compartilhar o que penso com pessoas que não sei quem são e cuja satisfações eu não preciso dar. Me é permitido apenas compartilhar meus problemas com o "ninguém", já que não sei se alguém vai ler. E mesmo sabendo que vão ler, duvido muito que vão entender... O máximo que espero que digam é: "ah, que exagero!"

Mas é tão simples, está em português, é apenas juntar as letras e ler:

EU-NÃO-SOU-FOR-TE.

... e nem de ferro...

... Mas de carne, osso... e muito sentimento.

Só gostaria de poder ser tratada como uma criança indefesa e carente, às vezes.