Psico_máscara.
Em tempo, descobri a inutilidade de meus sentimentos puros e verdadeiros, então, permaneci estático diante de um espelho, não houve ira, nem tampouco piedade, apenas uma sintomática vã futilidade. Fui possuído pela tolerância.
E embriaguei-me num vistoso parreiral da loucura, Baco permitiu-me a falta de zelo, porém, um controle metódico me socorreu.
Não houve ira, nem tampouco piedade, talvez, sombras e sussurros diante de meu desapego com a racionalidade, mas por um instante, uma rebordosa vilipendiou minha face, músculos nervosos desmentiram meu ato, uma lágrima escapuliu sob a máscara.
Não houve ira, nem tampouco piedade...
Na ausência de emoções, ocultas, desmedidas, primárias,
perpetuei minha alma, sacramentei meu estado mental e acalentei a usura que me castigava.
Nem ira ou piedade; agora veem de outro modo.
Apenas a inércia incompreendida, minha imagem estática, imperfeita, reflete-se na imensidão do pequeno espelho,
futilidade, vaidade, verdades nuas e cruas, é minha máscara,
outrora revestida de firmeza, agora enfraquecida.
São Paulo, 26.11.2007
Reeditado em 23.03.2012.