Pinóquio
Se eu, por covardia ou por comodismo, deixasse de pensar o que quero, temesse dizer o que penso, ou não tentasse fazer o que gosto; e dai então começasse a pensar apenas o que os outros quiserem que eu pense, a dizer tão só o que os outros permitirem que eu diga, e a fazer somente o que mandarem que eu faça; fatalmente eu deixaria de ser um Ser para mim. "EU", sem apelo, viraria um objeto para os outros.
Em outras palavras, não poderia mais ser o indefinível Andre; pois me tornaria, como Pinóquio, num insípido marionete.