SIGO DANÇANDO

Clara da Costa

No cotidiano das ruas,

sem reserva,

sem receio,

sem volta,

os dias seguem.

Ando meio farta,

vou padecendo aos poucos,

sem chão olhando a noite,

suspirando ao vento,

perdida em minhas razões e sentimentos

rabiscados no poema,

na ansiedade lenta do coração

enrolado no silêncio e no vazio,

que de repente surge nas horas inúteis.

Com a alma deserta,

vou pausadamente à procura do nada,

querendo ser gente,

querendo falar de amor,

entre sombras e olhares perdidos.

Sigo dançando,

superando as dores da indiferença,

tentando balbuciar palavras amenas,

escrever poemas de amor,

tentando aquele sorriso de esperança,

aquele sorriso largo,

que se escondeu junto com o último suspiro do sol...

Março/12

Clara da Costa
Enviado por Clara da Costa em 19/03/2012
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