Os Anjos!

     Um dia me perguntaram se eu cria em Anjos, se sabia seu rosto ou entendia sua melodia. 
     Prontamente, com a firmeza de um diamante bruto, fiz que não: "Eu nunca verei um Anjo!" Foi então que ouvi sua voz canora, suave e breve, como rouxinol de arrebol, e reconheci, em arrepios imorredouros, que um anjo indagava-me em cantares cotidianos. E então, sem mais temor, um acorde preparei e do espasmo de sonho, arremedo de coisa etérea, finalmente voei: Anjo de Luz que me guiava nas estrelas do renascer.