Não haikai da escravidão

Somos escravos uns dos outros?

O deus (segundo as religiões do livro, que se diz) deve ser considerado escravo dos crentes nele? Porque parece como que estes impõem ao deus uma determinada imagem e os precisos poderes...

Os governantes são escravos dos governados, apesar de aparecerem estes como dominados por aqueles? Não acontece que, sendo como puder ser, os governantes sempre dependem dos governados, aqueles governam enquanto estes lhe-lo permitem ou aguentam?

O amante é escravo da amante e esta de aquele? Talvez seja esta a escravatura mais real e mais gostosa e recíproca; não talvez, é. A meu ver, Edna Frigato esclarece-o suficientemente neste poema-não-poema, intitulado "Vontade"*:

"Somente no teu corpo vadio é que mato o meu desejo, que todos os dias acorda com saudade de você." (30/12/2011, Recanto das Letras, código do texto: T3414313)

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(*) Poderia também ser intitulado "Não vontade". Ou não?