A dizer do real
Creio no que é real,
Mas o que é real?
Quiçá nada seja,
Quiçá seja o que veja…
Consigo alcançar o que eu quero,
O que eu quero é alcançado
Desde o meu breve pensar:
Tudo isto já existe
Ou talvez nem exista…
O que é cerca de minhas mãos?
Cerca de minhas mãos é o que sou,
Agora cá já me parece que nada sou,
Pois cerca d’ aquelas não há nada!
E o que vem d’ aqui?
O que vem d’ aqui seria só pensamentos inúteis,
Do que é puro até o nefasto,
E tudo isso é real!
Desde pronto cria no que era real,
E o que era real?
Quiçá nada era,
Quiçá era o que via…