Pousa, pousa...

Há uma canção popular na Galiza, que talvez tenha outras parecidas na Lusofonia. Deixo no ar a questão: Conhecem?

Bom, a letra da copla, cujo título pode ser "Pousa, pousa...", diz:

Fui à taberna do meu compadre,

fui pelo vento e vim pelo ar-e:

e como é cousa de encantamento

fui pelo ar e vim pelo vento. (bis)

Estribilho:

E pousa, pousa, pousa,

e não me toques naquela cousa (bis)

e pousa, pousa aginha*,

e não me toques naquela cousinha. (bis)

Murmuravam as minhas vizinhas

que eu andava c'o crego** nas vinhas (bis)

isso é verdade, eu não o nego,

que eu andei às luitas*** c'o crego. (bis)

Estribilho:

E pousa, pousa...

Quando me case já tenho um galo,

já minha mãe não me tem que dá-lo; (bis)

quando me case já tenho um polo****,

já minha mãe não me tem que dar todo. (bis)

Estribilho:

E pousa, pousa...

Sinceramente, eu, varão decente, bem pensante e honesto, não sabia nem bem nem mal que podia ser "aquela cousa", "aquela cousinha", mas a rede levou-me a achar que "cousa/coisa", "cousinha/coisinha" denominam, como vulgarismos, o órgão sexual feminino.

Vi no mesmo lugar internético que as denominações vulgares dessa parte do corpo humano são muitas, muitíssimas:

Espantosa é a capacidade do povo para criar segmentos semânticos tão expressivos, como "lacraia", "lambedeira", "lanho", "lasca"... Palavras que começam pela letra B abundam mais ainda: "bacalhau", "bacorinha", "barata", "bela", "bichana", "bicho-preto", etc., etc.

(Continuarei este "pensamento" inteligente.)

...

(*) "aginha": adv. depressa, com brevidade, sem demora.

(**) "crego": s.m. clérigo, sacerdote da igreja católica.

(***) "luita": s.f. variante galega de "luta".

(****) "polo": s.m. Nome dado à cria de algumas aves especialmente das galinhas de menos de um ano mais já de vários meses.