QUANDO A MÚSICA TERMINAR É O FIM DO MUNDO
Enquanto soa tua melodia é o sinal da alegria.
O disco toca dolente, as ondas sonoras provocam uma série
de mudanças, alteram as sensibilidades,
transportam a ideias remotas.
Pensamentos adejantes, voláteis, sensatos,
indeléveis, risíveis, outras vezes paradas no tempo.
Viajam por alegrias, tristezas que o decorrer
do tempo não sanou, mesmo se dizendo
“nada como o tempo”: e a ferida não fechou.
Enquanto entoa sara parte dessa ferida.
Músicas bregas, românticas, descoladas e o cassete.
Start, minha solidão entediada no som de Wando.
Dispersar pelo existencialismo de Chico César.
Meu Deus, vou ouvir Janis Joplin e me atirar nas
asas do tempo, no esganiçar de tuas cordas vocais.
Porém, quando o som se fizer silêncio
e eu desligar o botão do player é o fim do mundo.
Deixarei de existir. Para me ressuscitar
é só acionar o botão.