QUANDO A MÚSICA TERMINAR É O FIM DO MUNDO

Enquanto soa tua melodia é o sinal da alegria.

O disco toca dolente, as ondas sonoras provocam uma série

de mudanças, alteram as sensibilidades,

transportam a ideias remotas.

Pensamentos adejantes, voláteis, sensatos,

indeléveis, risíveis, outras vezes paradas no tempo.

Viajam por alegrias, tristezas que o decorrer

do tempo não sanou, mesmo se dizendo

“nada como o tempo”: e a ferida não fechou.

Enquanto entoa sara parte dessa ferida.

Músicas bregas, românticas, descoladas e o cassete.

Start, minha solidão entediada no som de Wando.

Dispersar pelo existencialismo de Chico César.

Meu Deus, vou ouvir Janis Joplin e me atirar nas

asas do tempo, no esganiçar de tuas cordas vocais.

Porém, quando o som se fizer silêncio

e eu desligar o botão do player é o fim do mundo.

Deixarei de existir. Para me ressuscitar

é só acionar o botão.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 03/03/2012
Reeditado em 03/03/2012
Código do texto: T3532409
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